segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um classe geralmente construtiva

O que mais curto nos ateus é justamente o "efetivar-se enquanto uma classe construtiva" . . pelo menos em média; não dedicam seu tempo à atacar qualquer tipo de crença mas sim justamente aquelas que realmente devem (deveriam) ser atacadas e destruídas.


"Provavelmente o passo mais difícil a ser dado e o mais raramente visto pelo ateu, agnóstico, ou simplesmente pelo não-cristão seja não ser cristão. Não falo sobre o aspecto religioso propriamente dito, mas pelo cultural.

Alguns costumes e valores como casamento, fidelidade, honra, gratidão, caridade, respeito aos pais, deveres com os filhos e mais uma imensa lista de noções são aprendidas por nós, como inseridos nesta cultura, e raramente libertados, mesmo após a capitulação do conceito religioso, de sorte que não é raro ser visto como única diferença entre o católico comum e o ateu é o hábito de rezar, quando muito.

Do ponto de vista racional, os valores não têm muita razão de ser, não são justificados, embora alguns sejam justificáveis. Negar o cristianismo não significa negar absolutamente tudo o que é derivado da filosofia cristã, mas tudo o que não tem razão de ser. Como bem pretendia Bazárov, de Turguêniev, e Nietzsche no livro Aurora.

É fácil tomar de assalto exemplos de valores que em nível individual servem mais como empecilho do que como ferramenta de desenvolvimento. O egoísmo é um bom exemplo disso. Aliás, é um traço de caráter jamais condenado pelos gregos. O que pode haver de mais irracional do que não ser egoísta. Até Deus, nos moldes do cristianismo, é egoísta ao condenar todos os que não concordam com ele a Hades, como diria Max Stirner.

Mas não há nada de errado nisso, senão para os que são incapazes de enxergar a loucura da ação contrária. Quem pode cuidar tão bem de você quanto você mesmo? Quem fará algo substancial por você senão você mesmo? As respostas são óbvias, simplesmente porque todos são egoístas recalcados. Pudera não fossem!

O jargão que diz “o amor é uma troco” é acertadamente um conceito egoísta, pois a entrega só existe mediante recebimento. Só um tolo dá mais do que recebe, parafraseando Schopenhauer, seria um “mau negócio que não compensa o investimento”. Mas é justamente isso que o cristianismo prega ao contrário. Sim. Você deve dar sem olhar a quem, sem olhar retorno, em última instância, conforme-se em sair perdendo. Mas eles acabam voltando atrás ao dizer “que será dado o reino dos céus”, oras, então você dá porque receberá de Deus? Ou se Deus “dissesse” que é irrelevante mesmo assim você faria? Por que você faz senão para agradar a Deus?

Direta ou indiretamente, são seus problemas que importam, direta ou indiretamente, é contigo que você está preocupado. Então não questione o meu egoísmo, pois não preciso disfarçá-lo. Só quero que o que é meu gere frutos para mim, até a última instância."

fonte - http://multiplosuniversos.com.br/site/archives/cultura-crista


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