quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA PARA A DESCOBERTA DE SI

A grande questão "qual o significado de viver?", tão debatida entre as correntes filosóficas, teológicas, entre outras, no decorrer de milênios de historia do pensamento, e quase que indispensável ao constante progresso de uma sociedade, cultura ou de qualquer indivíduo racional; encontrar um significado de viver em comum à todos seria quase impossível, já que este, manifesta-se de maneira contingente e portanto variável, assim sendo, a resposta à necessidade de um significado impulsionador para com o viver é realmente difícil de se obter objetivamente; mas deve-se ressaltar que é essencial à uma vida plena e consciente da existência, sendo assim: o significado de viver pode contrapor-se, em certa medida ou ausência à própria vida em questão, ou afirma-la qualitativamente, se bem alcançado. Devido à importância desta questão, qualquer perspectiva e abordagem teórica bem fundamentada mostra-se válida de estudo e pesquisa, e o presente trabalho tem justamente por objetivo, expor um pouco do estudo que Bruno Bettelheim (1903 - 1990), um dos maiores psicólogos infantis do século XX, desenvolveu na obra A psicanálise dos contos de fadas de 1976 (The Uses of Enchantment: The Meaning and Importance of Fairy Tales, Knopf, New York ).

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Nos seus estudos sobre os contos de fadas, Bettelheim de início não compreendeu o que de fato os diferenciava das outras estórias literárias infantis, e ainda mais que estas cativavam as crianças em geral de maneira mais vívida: há justamente uma identificação com os contos pelos pequeninos, oferecendo-lhes soluções a carga de problemas em sua maioria internos, mas também externos, um certo alívio sobre a dura realidade diminuindo as pressões internas e impulsos, mas isto, de maneira inconsciente; de certa maneira os protagonistas dos contos são parcialmente encarnados pelos espectadores nesta contemplação da estória, todas as dores e sofrimentos são experimentados juntamente ao brilhante êxito no fim vitorioso dos heróis, e assim sendo, os contos são afirmadores para com a existência; estas experiências reproduzem moralidade sobre os indivíduos em formação cognitiva. Existe, portanto, uma adequação dos embolsos inconscientes aos contos manifestos ao consciente das crianças, habilitando e ordenando assim o controle sobre os impulsos internos.

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