terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Canção de um Guerreiro


"[...] que alguma vez existiu para perpetuar de modo mais belo o conceito de "homem" tem de estar eternamente presente. Que os grandes momentos formem uma corrente, que conectem a humanidade através dos milênios, como cimos, que a grandeza de um tempo passado seja grande também para mim, que a crença cheia de intuições realize a glória ambicionada, é este o pensamento fundamental da cultura." [...] Na exigência de que a grandeza deva ser eterna, incendeia-se a batalha terrível da cultura; pois tudo mais, tudo o que ainda vive grita "não". Preenchendo todos os cantos do mundo, como um terreno pesado do ar que todos nós estamos condenados a respirar, o habitual, o pequeno, o comum fumegam em torno da grandeza e se lançam no caminho que esta tem de seguir para alcançar a imortalidade, obstruindo, sufocando, turvando, iludindo. [...] Quem dentre eles poderia ousar aquela difícil corrida com a tocha olímpica, pela qual só a grandeza sobrevive? [...] É no meio dos filósofos que se devem procurar os cavaleiros mais audazes entre aqueles que procuram a glória, os que acreditam encontrar seus brasões inscritos em uma constelação. Sua ação não se volta para um "público", para o alvoroço das massas e o aplauso aclamador dos contemporâneos; pertencem à sua essência os passos solitários pela estrada. Sua vocação é a mais rara [...] (Nietzsche, Cinco Prefácios para Cinco livros não Escritos - pag 26)

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